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terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Estresse no trabalho – Parte 1

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Por: Monica Pinheiro

Médica do Trabalho, Ergonomista e Bacharel em Direito

 

I. INTRODUÇÃO

Nesse estudo abordaremos primeiro as características do estresse e suas manifestações físicas e/ou psíquicas, para posteriormente fazermos considerações sobre ações de prevenção no ambiente de trabalho.

Apesar da evolução tecnológica dos processos produtivos e da comunicação (e seu processamento), ainda existe falta de tempo para que os empregados possam acompanhar os novos desafios relacionados aos negócios. A complexidade das relações de trabalho, a exigência de recursos financeiros e humanos dentro das corporações para evolução e desenvolvimento dos processos tem gerado certa competitividade no ambiente de trabalho que por sua vez tem trazido conflitos de ordem interpessoal elevando de sobremaneira o estresse organizacional. Essa situação leva a formação de subgrupos com pequenas e grandes diferenças de conduta e comportamento entre eles. Assim diante de condições gerais semelhantes, os grupos se organizam e se posicionam e atuam de forma diversa ao mesmo estímulo. Então o desafio começa na criação de uma estratégia que seja efetiva na abordagem de todos esses grupos no sentido de minimizar diferenças e padronizar procedimentos para que o projeto final dê resultado positivo para que a organização não venha a fracassar. Os indivíduos não devem lutar para adaptarem-se as normas e cultura da empresa para que não produzam em si, padrões eletroquímicos capazes de levar a impacto físico e mental gerando o estresse. Eles devem ser cativados pela empresa no processo de adaptação progressiva, contínua e permanente que os façam entender e reconhecer a importância do papel que exercem dentro do escopo do negócio desenvolvido pela Organização. É um investimento que a empresa deve fazer sobre os empregados, que são seus clientes internos, para que a manutenção do convívio harmonioso no local de trabalho gere bem–estar, satisfação e equilíbrio da produtividade coletiva.

II. CONCEITO

O termo estresse deriva da engenharia e representa a capacidade de um objeto em resistir à deformação pela aplicação de uma força externa.

O estresse é conceituado como um conjunto de reações do corpo e da mente, em resposta aos mais variados estímulos, propiciando o aparecimento de um padrão definido de respostas eletroquímicas capazes de causar a quebra da homeostase*, levando ao aparecimento de doenças físicas e mentais. Assim, estresse nada mais é do que a resposta a um ataque, onde o agente agressor é superior às forças do demandado.

O estresse é uma síndrome geral de adaptação, com uma resposta inespecífica e generalizada.

A facilidade com que o vocábulo é utilizado tende a esvaziar a importância do seu conteúdo. Ainda existe muito preconceito em relação a admitir o estresse como doença, pois, ele é frequentemente considerado “frescura”.

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*1. Fisiol. Med. Tendência à estabilidade do meio interno do organismo. 2. Cibern. Propriedade auto-reguladora de um sistema ou organismo que permite manter o estado de equilíbrio de suas variáveis essenciais ou de seu meio ambiente. [V. retroalimentação. Var. pros.: homeostase.]

III. TIPOS DE ESTRESSE:

Estresse: essa palavra que já faz parte do vocabulário popular e é sentida como um agente pejorativo capaz de produzir efeitos nocivos para o ser humano, mas que na prática não é sempre assim, pois temos dois tipos de estresse o positivo e o negativo.

Entendido os efeitos do estresse no nosso corpo vale agora exemplificarmos formas de estresse positivo: atleta numa competição, em que ele vai além dos limites do corpo e da mente em busca da conquista da medalha e do reconhecimento social. Outra situação de estresse positivo é quando nos dedicamos a um trabalho de maneira intensa e que ao término dele sentimo-nos recompensados quando é reconhecido o nosso valor em competência e capacidade. O estresse positivo é denominado de EUSTRESSE.

O estresse negativo é chamado de DISTRESSE e é reconhecido pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como doença. Como exemplo de distresse temos a presença dos chamados agentes estressores: ritmo de trabalho intenso, diminuição de pessoal, redução da criatividade, uso e práticas reiteradas (frequentes; iteradas; repetitivas) sem a compreensão delas, multifuncionalidade, tarefas complexas, falta de autonomia para execução do trabalho, faltam perspectivas de crescimento na empresa, clima organizacional ruim, ausência de qualificação e de finalidade do trabalho, entrega de trabalhos a curto prazo, inexistência de conhecimento adequado da tarefa, falta de apoio de colegas e gestores no desempenho do trabalho, situações que exigem forças superiores aquelas demandadas pelo empregado, o modo pelo qual é gerido processos de modificação e transformação no âmbito da empresa, dentre outros. Esses fatores inclusive, possuem forte correlação com altos níveis de absenteísmo dentro da Companhia.

Lipp (1996), classifica os agentes estressores de forma diferente, a saber:

a) biogênicos ou automaticamente estressantes: frio, calor, sensação de fome, dor, sede;

b) psicossociais: relacionados a história de vida do indivíduo;

c) externos: resultam de eventos e condições externas que afetam o organismo. Exemplo: iluminação, temperatura, higiene, espaço físico para o trabalho, trabalhos em turnos e noturno; e

d) internos: são determinados pelo indivíduo.

Seward (1990), agrupa os agentes estressores ocupacionais em cinco categorias:

a) fatores da organização e relações organizacionais;

b) aqueles relacionados com a carreira profissional;

c) os de característica individual;

d) fatores relacionados à atividade de trabalho; e

e) fatores do ambiente de trabalho e de outras condições laborais.

O distresse não tem só impacto sobre os indivíduos, mas também sobre a empresa e a sociedade, pois ele gera prejuízos financeiros ao negócio desenvolvido e também a Previdência Social, pois não raro leva ao agravamento de doenças pré-existentes e ao aparecimento de novas patologias que acabam por produzir afastamento do posto de trabalho. Estudos comprovam a relação do distresse com a ocorrência de doença cardíaca, doenças de pele, gastrintestinais, neurológicas, situações ligadas a distúrbios do sistema imunológico e outras. As mudanças são mais intensas e marcantes quando os indivíduos ficam expostos por período de tempo prolongado levando a um maior desgaste das estruturas físicas e psíquicas.

Selye (1936), admite que essas alterações poderiam estar pré-determinadas genética e constitucionalmente. Com isso, podemos suspeitar que certos indivíduos estariam mais susceptíveis a apresentar essas anormalidades mais do que a população em geral. Cabral et al. (1997), chama de estressor qualquer situação que seja capaz de causar hiperfunção da supra-renal e do sistema nervoso autônomo simpático causando impacto de ordem orgânica ou mental nos seres humanos. As respostas iniciais aos agentes estressores podem ser consideradas fisiológicas, porque elas visam adaptar o indivíduo a nova situação, entretanto, elas só passam a ser consideradas nocivas quando se prolongam por um tempo acima do esperado. O estado de estresse está então relacionado com a resposta de adaptação e em doses adequadas, pode ser um fator de motivação (traz ânimo e garra). Baixos níveis de estresse, por exemplo, podem gerar tédio e dispersão.

O estresse acontece porque os processos de trabalho não levam em consideração as características individuais dos trabalhadores. Essas diferenças se fazem em termos de elementos psicológicos e fatores cognitivos. As exigências demandadas excedem aos recursos disponíveis e as capacidades de resposta do demandado. A sobrecarga pode aparecer de forma quantitativa ou qualitativa (atividade monótona ou repetitiva).

Vieira & Sobrinho (1996), atribuem a certos tipos de comportamento a suscetibilidade em desenvolver estresse:

§ impetuosidade verbal;

§ impaciência e movimentação frequente;

§ alta competitividade;

§ fazer várias coisas ao mesmo tempo; e

§ programa muitos compromissos em pouco tempo.

Levi (1984) e Davidson & Earnshow (1991), relatam o encontro de grupos de trabalho mais vulneráveis ao estresse, são eles: trabalhadores jovens, idosos, emigrantes, com deficiências e mulheres.

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