Fonte: http://www.arcoprojetoegestao.org
Prosseguindo com a segunda parte do assunto Segurança em Laboratórios, a lista de dicas continua a crescer:
- as vidrarias usadas devem ser esvaziadas antes de serem enviadas para a lavagem. Devem receber um enxague com água, preferencialmente por 3 vezes. Imagine os restos de reagentes reagindo na pia... sem controle. Isso realmente pode ser fatal. Desprendimento de gases tóxicos, reações exotérmicas rápidas, ... Deve-se prever os possíveis resultados de reações causados pelos restos de reagentes e suas medidas de controle, inclusive para dispor naquela bombona de despejo que comentamos no artigo passado. O ideal é não misturar componentes com potencial alto de reatividade. Ácido com ácido, base com base, não um com outro, por exemplo.
- vidrarias que não estiverem em perfeitas condições de uso (lascadas ou trincadas) devem ser descartadas.
- todos os equipamentos devem sofrer rotina de revisão para prevenir problemas de funcionamento durante reações. Incluindo os equipamentos de segurança: lava olhos, chuveiros, etc...
- escudos de segurança devem existir em locais onde ocorrem reações de alto vácuo ou alta pressão.
- os cilindros de gás devem ser acorrentados e protegidos antes de as tampas de proteção serem removidas. É recomendado que estes cilindros fiquem fora do laboratório.
- portas do laboratório de microbiologia devem permanecer fechadas durante operação.
- não se deve armazenar voláteis, principalmente solventes, em geladeiras (refrigeradores) e sim em armários a prova de explosão. Imaginem a constante concentração destas substâncias em um local vedado... imagine ainda uma lâmpada incandescente dentro deste local, que ascende quando você abre e expõe o combustível ao ar... a ignição e o resultado são imagináveis.
- todos os trabalhadores do laboratório, além dos analistas, precisam conhecer os riscos a que estão expostos. Mapas de risco, ITs (instruções técnica?) de emergência, substâncias presentes... todos devem estar cientes, treinados e preparados para situações contra pânico.
- conhecer o grau de risco do laboratório também é importante. Isso se dá qualitativamente, independente da quantidade, basta estar presente uma substância para que as ações de controle sejam aplicadas. Carcinogênicos, por exemplo, exigem esta atenção.
- todo derramamento de produto e reagentes deve ser limpo imediatamente. Ácidos e bases fortes devem ser neutralizados antes da limpeza.
- caso o vazamento seja de líquidos inflamáveis, corrosivos ou produtos tóxicos, interrompa imediatamente os trabalhos e avise a todos que estejam próximos. Efetue ou solicite a limpeza imediata. Novamente treino e dispositivos de alarme (luz ou sirene) serão úteis neste momento.
- trabalhe consciente. Não se distraia. As reações devem ocorrer primeiro em seu pensamento para depois praticar as ações de realização. Não misture reagentes se não souber exatamente o mecanismo da reação.
- trabalhe sempre consciente da ergonomia e do 5S. Não carregue peso excessivo, não tenha obstrução da visão ou do caminho ao transportar reagentes.
- não improvise. Improvisar é ato inseguro.
- a diferença entre o remédio e o veneno é a concentração. Manuseie todos os reagentes com cuidado.
- esteja atendo aos EPIs recomendados. Se não souber usar solicite ajuda. Um EPI não lhe provê segurança se estiver sendo usado de maneira errada.
- se várias atividades, análises, sínteses, devem ocorrer no mesmo laboratório, programe-se com a equipe para que eventos incompatíveis não ocorram ao mesmo tempo. Exemplo: reações que exijam fornecimento de energia (aquecimento) e outras que envolvem manuseio de material inflamável e volátil... não combinam.
Assim encerramos esta sessão de dicas, mas podemos estender esta lista, conforme as diferentes experiências dos colegas, quem quiser participar e acrescentar novos itens, por favor, fiquem a vontade. Quinta feira que vem volto com outro texto sobre as boas práticas em laboratórios.
Obrigado pela leitura e trabalhem seguros.
Postado por Francisco da Silva
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